terça-feira, 31 de maio de 2011

Meia Maratona MK-Makinas - Tábua

Numa palavra: espectacular!

Ao fim de um ano, voltei a esta prova mítica, quer pelo percurso, mas principalmente pela sua organização, a melhor que conheço. Em 2010 já tinha adorado, mas todos os percalços que tive (3 furos e muitas cãibras no final da minha primeira maratona), e ainda um problema no almoço, fez com que tivesse vindo de Tábua com a sensação que faltava algo. Ora este ano venho de lá com a sensação de perfeita satisfação. Tudo impecável, um dia lindo, percurso exigente mas muito divertido, e até uma prestação acima das expectativas.



Começando pelos pontos positivos:

Tudo! É que foi mesmo tudo!

- Organização excepcional, a melhor que conheço;
- a estrutura de apoio, com estacionamento, secretariado, partida, chegada, banhos e almoço tudo no mesmo local e com a qualidade exigível.
- os arrumadores do estacionamento, impedindo qualquer confusão.
- almoço num pavilhão onde cabiam todos os atletas (os quase 700) a comer ao mesmo tempo, e sem tempo de espera para o almoço; a refeição com a qualidade que se pede (faltava uma salada), com muito vinho, cerveja, águas ou sumos à disposição.
- percurso fantástico (já falaremos um pouco mais adiante) com marcações à prova de enganos. Só se enganava quem fosse mesmo muito distraído (o que foi o meu caso lol)!
- boa disposição, simpatia e disponibilidade do autêntico regimento do staff de apoio à prova.
- o muito apoio popular em todas as aldeias, e mais impressionante, a quantidade de gente no single track “A Selva”, a ver passar o pessoal! Muito bom e muito motivador!



Ponto menos positivos:
Nada, népia, nothing, rien… eh eh


Percurso:

O percurso foi fantástico. Conheço outros locais que talvez ache mais bonitos, mas a verdade é que este percurso tem tudo: zonas de sobe e desce, paisagens lindas, e o ex-líbris desta prova, os seus single-tracks. Que dizer? Muitos, longos e extremamente divertidos! A selva, com aquele percurso enleante ao som do Tarzarn, o vale esmeralda, com muita água e com uma paisagem fantástica (este ano apenas um pouco estragada pelos madeireiros), o st das pedras, onde já pedia alguma técnica, e os últimos st, a “Gruta” e o outro do qual já não me lembro do nome, muito técnicos, sempre à beira de riachos, com alguns pequenos precipícios, e com grande beleza! E ainda faltam os outros dos quais já não me lembro.

Fica aqui um vídeo para quem não conhece:



A minha prestação:

Ia sem qualquer expectativa para esta prova, apenas o de fazer o melhor que as minhas condições físicas me permitissem, mas tendo em conta o cansaço ainda dos 200km do domingo anterior, sentido nas pernas, e do cansaço psicológico provocado por uma semana mais intensa e cansativa no trabalho, a verdade é que acabei por fazer melhor do que esperava. Não foi muito bom, mas dado que senti muito cansaço nas pernas e a caixa nunca abriu a 100%, quando cheguei ao final, mesmo tendo a sensação que tinha dado tudo o que podia nesse dia, estava à espera de estar entre o lugar 150 e 200, por isso quando o speaker anuncia “Filipe Araújo, Herbalife Team, lugar 104”, fiquei logo muito contente. Sabendo que num dia normal teria feito um lugar nos primeiros 70/80, a verdade é que dadas as condições, foi muito bom! Mesmo em condições fracas, o resultado não foi mau de todo, e isso deixa-me contente pois quer dizer que os treinos têm dado resultados.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Viseu - Fátima

Há já uns tempos que a ideia de fazer o trajecto Viseu-Fátima andava na minha cabeça, mas não era prioritário, pois outras aventuras estavam a ser planeadas. Quando uma delas teve que ser descartada, aproveitei para cumprir este meu objectivo.

Desde logo ficou mais ou menos assente que o percurso não seria o habitualmente feito pelos peregrinos (Viseu-SCDão-Luso-Nº1-Pombal-Fátima), pois apesar de ser o mais curto e o mais “fácil”, não é particularmente bonito (principalmente do Luso para a frente) e tem muito trânsito e muita confusão. Então, investiguei e acabei por planear eu próprio um percurso, baseado em estradas nacionais menos utilizadas e estradas secundárias. Assim, ficou definido o seguinte percurso: Barbeita(Viseu) – Lageosa do Dão – Tondela – SC Dão – Mortágua – Barragem da Aguieira – Porto da Raiva – Penacova – Ceira – Penela – Ansião – Ourém – Fátima. Este percurso, mais longo e com maior acumulado, tinha no entanto uma grande beleza e era muito mais calmo, sempre com pouco trânsito. http://www.gpsies.com/map.do?fileId=fptloaftwuhmwoim

Chegado o dia, logo o primeiro percalço e nem sequer tinha saído da quinta, pois ao fim de 20 metros a pedalar já estava furado!... Pronto, parar, encher o pneu, e voltar a andar, e ir à bomba mais próxima para colocar a pressão ideal, lá se foram 15 min e 1km a mais! Felizmente o líquido fez o seu trabalho, e não voltei a ter nenhuma chatice desse género.

Os primeiros 140km fizeram-se a um ritmo bom (23,5km/h), sempre a rolar sem forçar, apreciando a viagem e as paisagens. Gostei particularmente do troço entre Penacova e Ceira, pelo vale do Mondego: espectaculares paisagens, piso óptimo, sempre ondulado, e com muitos ciclistas. Muito bom. Mas todo o percurso foi bonito e apesar do acumulado alto, não houve nenhuma subida verdadeiramente complicada.


Lobão da Beira


Santa Comba Dão


Albufeira da Aguieira, em direcção a Mortágua.


Barragem da Aguieira


Livraria do Mondego



Penacova


Vale do Mondego


Penela


Ourém (a 10km do objectivo)


A partir dos 140km é que foram elas. Os meus treinos de resistência andam sempre entre os 60 e os 100km, por isso foi normal a partir de dada altura o corpo começar a reclamar. O joelho começou a avisar, a nuca e o traseiro começaram a ficar muito desconfortáveis, e até uma quebra de tensão tive (nada de especial, que logo foi resolvido com um pedaço de marmelada e 10min de descanso). Felizmente, os músculos das pernas aguentaram-se à bronca, e não me deram qualquer problema, além do normal cansaço nos últimos 40km. Mas tendo em conta as dificuldades que apresentei a partir dos 140km, até ao fim, e cada vez mais à medida que me aproximava do objectivo, o sofrimento foi muito. Mesmo muito. Já sofri bastante nalgumas ocasiões em cima da bicicleta, mas acho que esta foi a maior. Tanto foi, que quando finalmente cheguei, ao fim de 202km e 10h30 (9h13 a pedalar), emocionei-me bastante. A sensação do fim do sofrimento, misturado com aquela sensação que Fátima nos transmite, faz a emoção emergir e deixa-nos desarmados.





Mais uma conquista pessoal, e ao fim ao cabo, o sofrimento valeu a pena!

O descanso do "guerreiro"!


PS: O percurso inicialmente previsto tinha 190km, mas algumas alterações a meio da viagem mais um engano, aumentaram-lhe mais 12km, tendo a distância final sido 202km.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Etapa 1 - Vouzela - Up and Down

Começou mais um campeonato Up and Down, e este ano, logo com umas das provas mais difíceis e duras: Vouzela. Ainda por cima, para dificultar mais um bocadito, chuva toda a semana, logo, lama para tornar o piso mais pesado e os singletracks mais perigosos. Mas uma prova do up and down que não seja exigente, não é prova do up and down, não é? eh eh

Tal como no ano passado, mais uma vez adorei o percurso, e só tive mesmo pena que o piso não estivesse seco para poder ter usufruído mais daqueles singletracks maravilhosos. Vinha algum pessoal a queixar-se que tinham que andar com a bike à mão, mas amigos, em zonas da Beira, técnicas e com muita pedra, isso também faz parte. O percurso era duro, e no gpsies.com, a meia tinha de acumulado quase 1500m.

Quanto à organização, esta não engana. Tudo óptimo!

A minha prestação
Este ano, apesar de treinar mais e melhor, e de me sentir bem, melhor que noutras alturas, a verdade é que não se tem notado muito nos resultados. Por isso fui mais descontraído para esta prova, sem cuidados especiais (tanto que no dia anterior foi jantarada com tudo o que isso implica), e acabou por ser prova onde me senti melhor e onde acho que consegui dar tudo o que podia dar. Apenas não foi melhor devido a problemas mecânicos na transmissão, com as mudanças, ora a não entrar, ora a saltar constantemente, obrigando-me a abrandar o ritmo naquele sobe e desce dos últimos 15 km. Mesmo assim, e por ter dado o que sentia que podia dar, venho satisfeito. Infelizmente isso não chegou para alcançar o top103, lugares que dão pontos. Nota-se claramente uma subida de qualidade competitiva, com muitos atletas, já usuais neste campeonato, e outros novos, a treinar e a andar muito bem. Sendo assim, considero o 117º em 195 atletas que terminaram a prova da meia maratona, um lugar aceitável, o que irei tentar melhorar até chegar ao top103.